Ninho Hospital Veterinário

Hidroterapia na reabilitação veterinária

30/03/2021

Hidroterapia na reabilitação veterinária

Os exercícios aquáticos possuem características específicas que os fazem benéficos no tratamento de muitas doenças. As propriedades da água de flutuabilidade, pressão hidrostática, resistência (viscosidade) e tensão superficial resultam na melhora do tônus e força muscular, resistência cardiorrespiratória e amplitude do movimento das articulações. Também pode-se citar como efeitos benéficos a diminuição ou ausência de carga sobre as articulações, o estímulo da circulação sanguínea e linfática controlando edemas (inchaço), o relaxamento muscular (com a água aquecida) resultando no alívio de contraturas musculares e da dor, e promoção do bem-estar geral.

Uma das modalidades mais completas e seguras utilizada em protocolos de reabilitação é a hidroesteira, que oferece benefícios que variam de acordo com a velocidade da esteira e o nível da água em que o corpo do animal fica submerso. As caminhadas na hidroesteira proporcionam um exercício com o movimento mais controlado e com menor tensão sobre a coluna e articulações do que se comparado à natação, se tornando mais apropriada nos estágios precoces da recuperação de doenças articulares.

Já a natação provoca uma amplitude de movimentos exagerada, especialmente nos membros torácicos, sendo mais indicada quando o paciente está completamente reestabelecido, necessitando apenas recuperar a função normal e a massa muscular.

Em pacientes com doenças neurológicas, a hidroesteira também é, geralmente, mais útil do que a natação, permitindo maior equilíbrio e um treino de marcha para pacientes com dificuldade de caminhar, o que estimula movimentos voluntários e de reflexos.

Dentre as principais doenças tratadas com a hidroesteira estão as ortopédicas, que incluem a luxação de patela, ruptura de ligamento cruzado, displasia coxofemoral, doença articular degenerativa (osteoartrose) e fraturas; as neurológicas, como a doença do disco intervertebral (hérnia de disco), síndrome da cauda equina, mielopatia degenerativa e sequela de cinomose; além de doenças sistêmicas que causam debilidade muscular, frouxidão de ligamentos e tendões como obesidade, hiperadrenocorticismo e diabetes. Vale lembrar que cães atletas, que desempenham trabalho específico, ou que estão envelhecendo e diminuindo o nível de atividade física, também podem se beneficiar desta modalidade.

Para qualquer tratamento de hidroterapia torna-se importante fazer a adaptação do animal, estando contraindicada em pacientes que tenham fobia da água, em fase de pós-operatório recente com a presença dos pontos de pele, feridas abertas, doenças dermatológicas contagiosas e doenças cardiovasculares em estágio avançado.

 

Amanda Oliveira

CRMV RS 10896


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